O nosso território referencial é o da milenar oliveira que, da Arménia, se expandiu de lés a lés, de Sul para Norte, por toda a bacia mediterrânica. Mas também o da figueira, da amendoeira, da alfarrobeira, do rosmaninho, do sal, das especiarias e dos perfumes.
No Mediterrâneo assistimos hoje a uma nova odisseia sem Ulisses, sem Ítaca, sem Penélope, sem Telêmaco nem Argos. Uma odisseia que transformou o mar de Homero num cemitério de almas abandonadas na escuridão. Entretanto, a norte, a Europa discute números, ergue muros e arame farpado. Mas lá está a ilha de Lesbos que deixou de ser terra de poetas para se tornar num campo de refugiados à espera de coisa nenhuma.