
Até onde cresce a oliveira
A Europa nasceu no Mediterrâneo. A oliveira é a sua fronteira. Pode ler-se no Breviário Mediterrânico do escritor bósnio Pedrag Matvejevitch. O nosso território referencial é o da milenar oliveira que, da Arménia, se expandiu de lés a lés, de Sul para Norte, por toda a bacia mediterrânica. Mas também o da figueira, da amendoeira, da alfarrobeira, do rosmaninho, do sal, das especiarias e dos perfumes.
No Mediterrâneo assistimos hoje a uma nova odisseia sem Ulisses, sem Ítaca, sem Penélope, sem Telêmaco nem Argos. Uma odisseia que transformou o mar de Homero num cemitério de almas abandonadas na escuridão. Entretanto, a norte, a Europa discute números, ergue muros e arame farpado. Mas lá está a ilha de Lesbos que deixou de ser terra de poetas para se tornar num campo de refugiados à espera de coisa nenhuma.
A diversidade de géneros, de sensibilidades e de pontos de vista da Meridional. Revista de Estudos do Mediterrâneo traduzem a ampla variedade de espécies de oliveiras: ensaios, crónicas, poesia, um álbum temático de fotografia e recensões de livros de autores do Algarve
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Maria da Graça Mateus Ventura, directora da Meridional, com João Ventura (autor e membro do Conselho Consultivo) e Salvador Santos e Manuel Brito, co-editores da edição número 1.